domingo, 19 de fevereiro de 2012

O FALSO TESTEMUNHO

Por Dayse Elisa Fabianowicz

"Não dirás falso testemunho contra seu irmão" Êxodo 20.16.

Esta semana a imprensa veiculou em todos os noticiários sobre o julgamento de Lindemberg Alves, que matou Eloá Pimentel. Hoje as testemunhas continuam importantes, e, apesar de toda a evolução das ciências forenses, a testemunha ocular ainda é fundamental nos processos jurídicos.
Verificou-se que com a impossibilidade de uma das testemunhas de acusação comparecer, a advogada de acusação do caso não optou por substitui-la por provas forenses, nem por um discurso de acusação mais elaborado, mas por arrolar a mãe da vítima como testemunha.

Um dos modos de se perceber que um testemunho é falso é quando destoa totalmente dos testemunhos dos demais. Outra forma é quando os testemunhos são absolutamente iguais, sem nenhuma variação. E por que? Porque cada pessoa imprime no seu testemunho dos fatos a sua impressão pessoal; sua ótica sobre os fatos assistidos. E se hoje alguém faltar com a verdade ao testemunhar? Que tipo de penalidade pode sofrer?
O código penal brasileiro (Artigo 342) pune com um a três anos de reclusão e multa aquele que fizer "afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha em processo judicial ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral".
Todo o sistema judicial hebreu era baseado no testemunho. Todas as provas eram colhidas a partir das falas das testemunhas (cf. Deuteronômio 19.15-21). Uma palavra podia salvar ou condenar, à morte até. Mais que isto, o cuidado na palavra decorre também da sua importância. O mundo natural foi feito pela Palavra de Deus. O mundo foi criado por Jesus, Palavra encarnada de Deus. O mundo da cultura e da convivência é construído pelas nossas palavras, que produzem diferença e indiferença, calor e distância, vida e morte.
Lei Moral de Deus, mais do que ser uma regra de conduta, nos revela quem Deus é, seu caráter.
Deus é verdadeiro, e quer que nós como seus filhos sejamos também verdadeiros, e não falsos. É um padrão elevado a ser almejado. Em João 14.6 vemos que Jesus é a personificação da verdade. Deus deseja que a pessoa seja testemunha da verdade, e assim recupere a imagem e semelhança com Ele, com a qual foi criado. 
Se o ser humano levar apenas isto em conta, já é um bom motivo para se desejar ser uma testemunha da verdade, mas também evita as consequências de se quebrar esta lei de Deus. 
Para ser uma testemunha é necessário vivenciar algo. No caso Lindemberg, por mais que uma pessoa possa se sensibilizar com a fatalidade e sentir empatia com o sofrimento da família da vítima, não poderia ser uma testemunha, porque nada do que viveu ou sentiu pode ajudar a elucidar os fatos. Da mesma maneira, Deus chama o ser humano para ser testemunha da verdade, e, para tanto, se faz necessário que este ser humano tenha experiências com a verdade, com o Deus da verdade, e com Cristo, a personificação da verdade.
Mas e lá, o que acontecia se uma testemunha fosse falsa? Qual a pena que tal pessoa sofreria? Enquanto na legislação brasileira atual a pena é de um a três anos de reclusão, no contexto bíblico a pena variava de acordo com a gravidade da acusação. Cada caso apresentado necessitava de um acusador e, pelo menos duas testemunhas. As testemunhas tinham o papel de atestar os fatos ocorridos, e quando alguém dava o testemunho sobre algo, se colocava ao lado do acusador. Se fossem falsas, todos eles, acusador e testemunhas de acusação deveriam cumprir a pena que desejavam impor ao inocente. (Deuteronômio 19.16-19).

Na condenação de Jesus, o Sinédrio procurou testemunhas para mentir sobre Jesus e assim poder condená-lo em Mateus 26.59. Mas como todos sabiam das consequências que envolviam ser testemunhas falsas querendo condenar um inocente à morte. Teriam que estar dispostos a morrer se fossem descobertos. 
E por que não se deve ser uma testemunha falsa? 
PORQUE É MENTIRA.
O Diabo é chamado de Pai da Mentira, e toda falsidade é uma mentira. (João 8.44). Diabo é uma palavra que tem sua origem do Latim, e seu significado mais básico é "Aquele que distorce".
Se alguém deseja seguir o exemplo de Cristo, deve certamente não seguir o exemplo do Diabo. Como seguidores de Cristo, devemos ter uma palavra só (Mateus 5.37), como Cristo também tinha. o termo "sim, sim; não, não" não quer dizer propriamente que não se possa dizer talvez, ou espere, mas significa que se for sim, deve ser sim mesmo, e não o contrário. Deve-se abandonar a mentira por amor ao Corpo de Cristo (Efésios 4.25). Outra coisa que deve ser considerada é que uma meia verdade é uma mentira inteira. O Diabo assim procedeu quando tentou Eva. (Gênesis 3. 4-5). Pode-se perceber que ele fala uma mentira(certamente não morrereis), mas em seguida profere uma meia verdade (porque na hora que comerdes sereis como Deus, conhecendo o bem o o mal). realmente o ser humano ganhou este conhecimento, o discernimento entre o bem e o mal, mas este conhecimento não tornou o ser humano mais importante ou poderoso, pelo contrário, o fato de se assemelhar a Deus no tocante a diferenciar o bem e o mal, fez com que o ser humano também se tornasse suscetível ao mal, tornando sua condição muito pior do que a anterior.



Nenhum comentário:

Postar um comentário