segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A ALIANÇA ETERNA DE DEUS JEREMIAS 31.31-34


por Dayse Elisa Fabianowicz



Pessoas que hoje têm menos de vinte e cinco anos talvez tenham dificuldades de entender porque os mais velhos sentem pavor de que volte um tempo de inflação galopante. Em épocas de eleição há uma disputa entre dois partidos sobre quem de fato teria sido o responsável pelo controle da taxa inflacionária. Atualmente temos taxa de menos de 10% ao ano, enquanto que no início dos anos 90 era de 80% ao mês. O trabalhador mal recebia seu salário, pagava suas contas e corria ao mercado. Afinal o que se comprava naquele dia com dez cruzeiros, se pagaria dezoito em poucos dias.
Não eram poucas as pessoas que se descontrolavam um pouco em suas finanças e depois não conseguiam saldar suas dívidas. Eram calculados juros sobre juros e correções sobre correções dos valores devidos, tornando a dívida praticamente impagável. Os trabalhadores autônomos, então, tinham muitas dificuldades. Orçavam um trabalho, mas ao terminá-lo o valor estava completamente defasado, e o lucro que teriam havia sido “engolido” pela inflação. Neste contexto era muito comum após algum tempo de inadimplência, haver uma renegociação de dívidas. O credor abria mão de juros abusivos para que o devedor tivesse o mínimo de condições de saldar a dívida. Se este devedor ainda assim não pagasse, então a dívida voltaria ao estado anterior à negociação, e, seria bem maior.
Ao ler o texto vejo Deus renegociando com a humanidade de modo a tornar possível uma aliança com Ele. O ser humano não teria condições jamais de arcar com suas dívidas diante de Deus. Deus sempre fez a parte Dele na Antiga Aliança, mas o ser humano falhava na sua. Então Deus propôs uma renegociação, uma Nova Aliança, ou novo acordo. Mas este acordo teria que ser cumprido ou ficaria inválido. Para isto Deus se fez credor e Cristo tomou o lugar do ser humano como devedor. Ele assumiu no seu lugar toda a dívida diante de Deus e pagou o preço devido. A parte do ser humano é aceitar este novo acordo, aceitar que Cristo pagou a dívida em seu lugar.
Como o fator de estar inserido nesta Nova Aliança é aceitar o sacrifício de Cristo, e, conseqüentemente, recebê-lo; o participante desta Aliança tem o Espírito Santo habitando em seu coração e mente.
Em 1 Coríntios 3.6 está escrito: “a letra mata, mas o Espírito vivifica.” A Antiga Aliança tinha como base a lei, e a lei apontava para a condenação da humanidade, pois ninguém conseguia cumpri-la. Na Nova Aliança, a vontade de Deus passou a ser impressa a cada dia no coração e na mente do ser humano, e o Espírito Santo trabalha em cada vida produzindo o Seu fruto, tornando o crente a cada dia mais parecido com Cristo.
Nisto não se precisa que alguém exterior ensine ou faça conhecida a necessidade de Deus, mas o próprio Espírito desperta no interior do ser humano uma necessidade de conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor.
Na antiguidade era muito comum haver alianças ou pactos de sangue. Cada parte envolvida no acordo jurava cumprir sua parte pelo seu próprio sangue. Neste novo pacto Deus assume o acordo com base no seu próprio sangue. A Antiga Aliança tinha um prazo de validade para cobrir os pecados, e o povo precisava reapresentar um sacrifício pelos pecados pelo menos uma vez ao ano. Na Nova aliança, que é feita de uma vez por todas, o pecado é perdoando completamente, e Deus faz questão de não mais se lembrar das iniqüidades cometidas, porque olha para o ser humano através da lente do sacrifício de Cristo.

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